20 de dezembro de 2013

Hortas em pequenos espaços precisam de sol e cuidados simples

segunda, 20 de janeiro de 2014

Por: Karine Serezuella

Quer cultivar uma hortinha urbana, mas não possui um jardim espaçoso? Para aqueles que moram em residências que não contam com um belo quintal ou em apartamentos onde os metros quadrados são restritos, jardineiras e pequenos vasos podem ser o local perfeito para a horta. Com a incidência diária de sol e cuidados simples, em pouco tempo você poderá usufruir de temperos ou hortaliças fresquinhos e livres de agrotóxicos, produzidos em sua casa.

Onde tenha sol

Quando você olha ao redor de seu pequeno apartamento, a primeira dúvida que surge é onde instalar a horta. Primeiramente, analise os ambientes da residência durante um dia todo para verificar onde “bate” sol durante, no mínimo, três horas diárias, preferencialmente de manhãzinha e no fim da tarde. Atenção: a ocorrência de raios solares deve ser direta, não basta ter somente luminosidade no local. Assim, havendo sol, a horta em vasos e jardineiras pode ser cultivada em qualquer canto como nas varandas, nas janelas ou mesmo fixada em paredes como um jardim vertical.

Definido o lugar, escolha os vasos com critério, combinando-os com o ambiente. A paisagista Margareth Linhares sugere os cachepôs de estilo provençal para uma casa clássica e os vasos denominados vietnamitas para as de perfil mais contemporâneo. “Decorações rústicas ou descoladas podem ganhar como suporte para a horta umas caixas de madeira, todavia evite os de plástico”, recomenda.

Estude as espécies

Em pequenos espaços, o ideal é escolher plantas que requerem cuidados simples. As hortaliças folhosas (por exemplo, alface, rúcula, almerão) e as espécies de temperos (manjericão, alecrim, tomilho, orégano, salsinha, cebolinha – conhecidas também como ervas aromáticas) se desenvolvem facilmente mesmo em canteiros diminutos.

Contudo, não deixe de estudar as características das espécies selecionadas para o cultivo. As peculiaridades de crescimento influenciam diretamente na escolha do vaso e no espaçamento necessário entre diferentes plantas. Um exemplo é a hortelã que deve estar preferencialmente em um vaso exclusivo, sem outros cultivares, porque sua raiz se espalha sem dificuldade.

Em linhas gerais, confira como as espécies se desenvolvem e coloque em um mesmo vaso aqueles que crescem verticalmente e em outro, as que crescem para os lados. “Em uma jardineira de 30 cm, você pode, por exemplo, plantar de três a quatro variedades de temperos”, orienta o técnico agrícola e presidente da Ecojardim Franquias, Vaner da Silva.

Prefira as mudas

Escolhidas quais espécies serão cultivadas, prefira comprar mudas já desenvolvidas porque, de acordo com Linhares, elas dão resultado mais rápido e ainda não oferecem o risco de não brotarem como pode ocorrer com as sementes.

Porém, se não houver pressa e você optar pelas sementes, Silva lembra que depois de germinadas, é preciso eleger e replantar apenas as mudas mais fortes e vistosas. “Aquelas que não vingaram ou estão aparentemente fracas podem ser descartadas”, diz.

Terra rica

Enfim, chegou a hora de plantar os torrões das mudas. A engenheira agrônoma do Shopping Garden, Ângela Rossi, ensina como fazer: primeiro espalhe uma camada fina de argila expandida no fundo do vaso ou da jardineira; em seguida, coloque sobre a argila, uma manta acrílica no tamanho exato do local. O uso da argila expandida e da manta colabora para o escoamento da irrigação, evitando o acúmulo de água nas raízes.

Feito isso, sobre a manta, arrume uma camada de terra em aproximadamente dois terços do vaso. Depois posicione as mudas e complete os espaços vazios com mais terra, até cobrir completamente as raízes.

Quanto ao tipo de solo, Rossi aconselha os já preparados, denominados de substratos e comercializados em casas especializadas em jardinagem ou até mesmo em supermercados. O substrato ou composto orgânico é uma mistura de terra e adubo natural, ou seja, enriquecida com os nutrientes necessários ao bom desenvolvimento das plantas.

Para deixar a terra bem airada, evite compactar o substrato ao espalhá-lo no vaso. A aeração auxilia a manter a umidade adequada, impedindo a asfixia e o apodrecimento das raízes.

Zelo com sua horta

Para o sucesso do cultivo de sua horta doméstica, é preciso dedicar algum tempo às plantinhas. Poucos minutos diariamente ou a cada dois dias são suficientes para garantir o desenvolvimento saudável dos temperos ou hortaliças.

Nesta “inspeção” rotineira, examine a umidade da terra e observe se não há insetos ou pragas sobre as folhas ou o solo.

Para saber se precisa aguar, vale a conhecida recomendação de colocar o dedo no substrato, pressionando um pouco a superfície ou mesmo introduzindo-o minimamente na terra. Se ainda estiver úmido, não regue. Se estiver seco, irrigue diretamente o solo.

Para as folhas, o borrifo uma vez por semana é suficiente. “Não águe sobre as folhas, porque a umidade excessiva pode ocasionar a proliferação de fungos”, explica Silva.

Procure fazer a irrigação em períodos do dia nos quais a temperatura ainda é amena como no começo da manhã ou à noite, quando está mais fresco. Em regiões de clima muito quente ou durante o verão, é possível que a planta exija mais hidratação e, portanto, a frequência das regas pode subir para até duas vezes ao dia. Dessa forma, observe sua horta regularmente.

Caso tenha usado terra comum para plantar, Silva aconselha a cada mês usar um adubo orgânico nas doses recomendadas nas instruções do produto. “Nunca jogue diretamente na horta restos de folhas das saladas, casca de ovo ou pó de café “in natura”, porque eles levam fungos e doenças para a jardineira. Use estes resíduos orgânicos para a preparação do adubo pelo processo de compostagem”, ressalta.

Para combater pragas e outras doenças que estejam impedindo o crescimento saudável das plantas, prefira os herbicidas e inseticidas naturais, vendidos em lojas de jardinagem. “Aplique sobre as folhas doentes, seguindo as orientações do produto, sempre durante o fim da tarde ou à noite. A incidência do sol sobre as folhas pode queimá-las”, explica Rossi.

Ciclo de vida

De acordo com Silva, os temperos e as hortaliças folhosas possuem um ciclo de vida. Por isso, às vezes é possível notar seu bom desenvolvimento e, depois de um tempo, observar a decaída do crescimento e enfraquecidas dos vegetais. Este é o momento de replantar.

Para saber quando ou se é necessário o replantio, estude sobre a vida útil das espécies cultivadas . Por exemplo, o alecrim e o manjericão são plantas mais duradouras do que a salsinha, a cebolinha e o tomilho. “Estes três últimos, provavelmente, vão requerer o replantio a cada quatro meses”, observa o técnico agrícola.

Disponível em: http://mulher.uol.com.br/casa-e-decoracao/noticias/redacao/2013/03/17/hortas-em-pequenos-espacos-precisam-de-sol-diario-e-simples-cuidados.htm#comentarios