14 de agosto de 2017

5 plantas comuns que ninguém imagina que são venenosas

segunda, 14 de agosto de 2017

Todos nós sabemos que existem plantas venenosas. O que desconhecemos é que algumas das plantas que estamos acostumados a ver desde sempre, são afinal mortais quando ingeridas. A seguir vamos ficar a conhecer 5 plantas comuns que ninguém imagina que são venenosas, e com as quais devemos ter todo o cuidado:

1. Mamona (Ricinus communis)
A Mamona é uma planta amplamente cultivada num jardim de flores pelo seu valor ornamental e também porque dos seus grãos (sementes) se extrai o óleo de rícino, muito usado no tratamento de cabelos enfraquecidos. Os principais países produtores de mamona são a Índia, a China, o Brasil e Moçambique, contudo esta planta existe um pouco por todo o mundo.
Exuberantes no seu aspeto e de fácil propagação as mamonas são consideradas como uma das plantas mais venenosas do mundo inteiro. Toda a planta, principalmente as sementes, apresenta uma toxina vegetal denominada ricina que provoca uma morte dolorosa e inevitável.
Basta ingerir a quantidade de ricina presente uma das sementes da mamona para que em algumas horas (6 a 8 horas) a vítima comece a sentir dores abdominais, diarreias com sangue, vómitos e uma terrível sensação de queimadura na garganta. Bastam 6 sementes de mamona para matar uma criança e 8 sementes são suficientes para envenenar mortalmente um adulto. Estão mencionadas ocorrências em que apenas uma semente de mamona provocou a morte de adultos, desconhecendo-se no entanto os antecedentes particulares desses casos.
Ainda não está descoberto um antídoto que funcione contra o veneno da mamona, pelo que a morte do paciente é inevitável, longa e agonizante. Existem casos registados de pessoas afetadas pelo veneno das mamonas que sofreram durante semanas, sendo apenas tratadas com cuidados médicos de apoio a fim de diminuir a intensidade dos efeitos da intoxicação.
Só muito dificilmente um adulto terá vontade de experimentar um dos grãos da mamona, envolvidos no que parece ser uma forte rede espinhosa. No entanto, convém ter todo o cuidado com as crianças, uma vez que a cor atrativa e o aspeto original das sementes desta planta podem constituir uma tentação. É caso para pensar seriamente se será a planta ornamental mais indicada para se ter em casa!

2. Antúrio (Anthurium)
De baixa estatura e folhagem modesta o antúrio é cultivado pela sua beleza ornamental e é utilizado tradicionalmente na decoração de jardins. Na medicina popular o antúrio é muito apreciado devido às suas propriedades benéficas no tratamento de doenças de pele, reumáticas, hemorroidas e contracetivas.
Existem antúrios vermelhos, rosa e brancos e o seu aspeto é exuberante e exótico. Originária inicialmente da zona tropical da América e frequente nas regiões temperadas europeias, o antúrio está hoje em dia espalhado um pouco por todo o mundo. Em Portugal é vulgarmente conhecido pelo nome de “jarro” e é comercializado principalmente pelo seu valor estético.
Apesar do aspeto elegante, o antúrio é uma planta muito venenosa com a qual se deve ter cuidado, especialmente em casas onde existam crianças e animais de estimação. Toda esta planta é tóxica quando ingerida devido à presença de oxalato de cálcio, um composto químico que apresenta cristais capazes de perfurar os tecidos da região do pescoço, impedindo a passagem de ar e levando até à morte por asfixia.
Os sintomas da intoxicação por oxalato de cálcio incluem manifestações como vómitos, lesões na cavidade bocal, faringe e laringe, dores fortes ao engolir, inchaços e sensação de asfixia. O tratamento inicial pode ser feito com medicação sintomática e através da ingestão de leite e água, sendo necessária uma ida urgente ao hospital.

3. Crisântemo (Chrysanthemum)
Também vulgarmente conhecidos por margaridas, ou malmequeres, os crisântemos são cultivados desde há milénios nos países asiáticos. Existem mais de 100 espécies de crisântemos pelo mundo e geralmente é uma planta que não ultrapassa o metro de altura.
Apesar da sua beleza num jardim florido e colorido e de também serem cultivados devido às propriedades antibacterianas que apresentam, os crisântemos são na verdade plantas venenosas capazes de provocar intoxicações em seres humanos e animais.
Os sintomas da intoxicação são geralmente dermatites e escamações na pele, bem como coceiras mais ou menos graves consoante a reação do organismo da pessoa ou animal intoxicado. Embora não esteja ainda provado quais das muitas variedades de crisântemos apresentam de facto perigo para a saúde, é aconselhável muito cuidado no seu manuseamento e prestar especial atenção a animais de estimação e crianças pequenas.
Embora não seja mortal a intoxicação provocada pelo crisântemo carece de cuidados médicos específicos e pode tornar-se bastante incomodativa quando não tratada atempadamente.

4. Dedaleira (Digitalis Pururea)
Com flores semelhantes a pequenos dedais ou campainhas, a Dedaleira, como é vulgarmente conhecida, prolifera um pouco por todos os países da Europa. Muito procurada pela sua beleza ornamental, esta erva lenhosa apresenta flores róseas ou brancas e é excelente para embelezar vasos, canteiros e jardins.
Devido à presença da digitalina (substância de aspeto cristalino) a dedaleira é também utilizada para fins medicinais, sendo um importante tónico cardíaco e um valioso auxiliar nos tratamentos de arritmias ou insuficiências cardíacas.
No entanto a própria digitalina que faz da dedadeira uma ferramenta benéfica para a saúde, pode também provocar graves intoxicações, e até levar à morte quando consumida em doses exageradas.
A intoxicação provocada pela dedaleira ocorre principalmente devido à ingestão da totalidade, ou de partes da planta e os sintomas geralmente caracterizam-se por vómitos, diarreias, náuseas, confusão mental, estado depressivo, fraqueza, pressão arterial baixa e desmaios entre outros. O despiste deve ser feito por pessoal médico especializado e o tratamento administrado o mais rapidamente possível.

5. Hortênsia (Hydrangea Macrophylla)
Arbusto caducifólio nativo do Japão e da China e usado desde tempo recuados pela sua beleza ornamental, o cultivo da Hortênsia estendeu-se a partir de meados do século XIX à quase totalidade das regiões de clima temperado.
A hortênsia apresenta flores rosadas ou azuis dependendo do pH do solo e as suas propriedades medicinais, devido à presença na sua constituição de variados compostos orgânicos fenólicos estão ainda a ser estudadas em profundidade. No entanto a Hortênsia pode também ser muito tóxica quando ingerida em grandes quantidades, ou inalada sob a forma de fumo (há quem use as hortênsias como substituto da marijuana e as fume em charros, embora toda a planta seja tóxica, o maior perigo está em fumar o talo e as folhas).
O glicosídeo é o princípio ativo incluído na composição da Hortênsia responsável pela sua toxicidade e que tem a faculdade de se transformar em cianeto (veneno fortíssimo) quando atinge o estômago.
Quando assimilado pelo organismo em doses exageradas o glicosídeo da Hortênsia provoca diarreias, vómitos, dores de cabeça e abdominais fortes, convulsões e flacidez muscular, induzindo ao estado de coma e à morte. É indispensável uma ida urgente ao hospital para confirmar o envenenamento e tomar as medidas necessárias ao tratamento e acompanhamento dos sintomas.

Embora pareçam lindas e totalmente inofensivas as plantas podem ter doenças e ser causa de graves problemas de saúde. Para prevenir situações mais sérias há que estar bem informado sobre cada uma das plantas que se introduz em casa, principalmente quando existem crianças e animais de estimação por perto. Não hesitar um segundo para pedir ajuda médica especializada é o procedimento correto a tomar em caso de suspeita de intoxicação provocada por plantas. Não dar líquidos e não provocar o vómito à vitima também são formas corretas de agir, pois na ânsia de ajudar pode agravar-se ainda mais o estado da pessoa intoxicada. Calma e previdência são sempre boas estratégias a adotar.

Disponível em: O Meu Jardim