A arte de cultivar Plantas dentro de Casa – Parte 2
As plantas que vivem em vasos, convivem conosco como um membro da família.
Por isso devemos conhecer seus costumes, suas necessidades e também aquilo que elas não gostam. A manutenção correta dessas vidas vegetais se torna uma arte quando, em primeiro lugar fazemos a escolha certa daquilo que vamos cultivar. Para isso precisamos ser conhecedores da planta correta para cada tipo de ambiente.
Nesse mês, você vai ter sugestões e a ficha de exemplares próprios para locais muito acolhedores:
AMBIENTES FRESCOS SEMI-SOMBREADOS:
Atenção: essas plantas não devem ser cultivadas em escritórios
Antúrio vermelho ou branco – Anthurium andreanum (vermelho) e Anthurium ornatum (branco)
Planta excelente para vasos. É originária da Colômbia. Dá flores na primavera-verão. Durante essa época, adube o vaso pelo menos por 3 vezes. A cada dois ou três anos, o antúrio precisa mudar de recipiente. Reenvase-o, utilizando a seguinte mistura de substrato: 1 parte de terra comum, 1 parte de terra vegetal, 2 partes de composto orgânico acrescido de húmus de minhoca. É planta de meia-sombra, mas precisa de luz, não de sol forte. O ideal é pegar o solzinho ameno logo de manhã A luminosidade deve sempre incidir sobre o vaso. Gosta de clima úmido. É planta perene mas precisa ser bem cuidada.
Regue 2X por semana, sem nunca encharcar. Para garantir-lhe umidade constante, coloque o vaso sobre um prato forrado com seixos ou turfa sempre úmidos. Porém não deixe água nesse pratinho para não apodrecer as raízes. Multiplica-se por divisão de touceira. Para favorecer o surgimento de flores novas, retire as murchas e as folhas amareladas, pique e deixe no solo para alimentar a planta.
Lírio-da paz ou bandeira-branca – (Spathiphyllum wallisii)
Ele parece um antúrio branco, mas não é! É que os dois são da mesma família botânica: aráceas. O conhecido lírio-da-paz também tem sua origem na América do Sul, especialmente Colômbia e Venezuela e é associado a qualidades como tranquilidade, harmonia, paz, otimismo, pureza. Do ponto de vista científico, essa planta ajuda a eliminar as toxinas do ar. Planta de meia-sombra, não foge à regra de precisar de luminosidade por algumas horas por dia, e nunca ficar sob sol direto. Gosta de clima úmido e é perene, vivendo por muito tempo quando bem tratado. Gosta de solo úmido, sem encharcamento. Excesso de umidade leva ao apodrecimento das raízes. Substrato ideal rico em matéria orgânica: 1 parte de terra comum, 1 parte de terra vegetal, 2 a 3 partes de composto orgânico acrescido de húmus de minhoca. Pode-se acrescentar um pouco de areia fina ou de turfa. Adube 3X por ano. Procure manter as folhas sempre limpas (e brilhantes), passando um pano úmido. Multiplica-se por divisão de touceiras. Pode ser encontrado na forma de lírio-da-paz miniatura (com folhinhas mais finas e flores menores) ou como lírio-da-paz gigante, com folhas mais largas e de um verde mais intenso. Seja como for, o lírio-da-paz sempre cresce de forma equilibrada. Quando a “casa” (vaso) estiver muito cheia, é hora de desbastar, dividindo mudas e criando novos e lindos vasos!
Nandina ou bambú-do-céu ou avenca-japonesa – (Nandina domestica)
Essa planta ornamental possui folhinhas lindas e delicadas que se tornam vermelhas no outono… Parecida com o bambú, tem longos ramos e folhas estreitas. Em vasos, pode atingir 1,70m. Multiplica-se por brotos, estacas, divisão de touceira ou sementes. Originária da China e do Japão, pode ser cultivada externamente no chão de terra ou em vasos fora e dentro de casa. Quanto maior o tamanho do recipiente, maiores as condições da planta se desenvolver. Vai bem ao sol, mas melhor à meia-sombra. Prefere clima ameno. Regas 2X por semana, mas no verão pode precisar de mais água. Nutra sua nandina com um substrato fértil com boa matéria orgânica na proporção de 1 parte de terra vegetal para 1 parte de terra comum, 2 a 3 partes de húmus de minhoca acrescido de composto orgânico. Adube pelo menos 4X ao ano. Pode os ramos secos. A floração é branca e se transforma em frutinhos vermelhos, com sementes.
Nertera ou planta-de-contas-de-coral – (Nertera depressa – granadensis)
Originária de várias regiões banhadas pelo oceano Pacífico (países da Ásia, Oceania e das Américas). Essa plantinha de meia-sombra é perene e rasteira, formando moitas pequenas e arredondadas. Sua altura varia de 5 a 8cm com diâmetro que chega a 50cm. Não tolera calor intenso. Suas folhas são suculentas, arredondadas, de verde vivo. No final do verão, a surpresa! A partir de minúsculas flores, a plantinha se enche de pequenos frutos brilhantes de cor vermelha, coral ou laranja com uma exuberância que dura cerca de 3 meses. Multiplica-se por sementes obtidas dos frutinhos já secos ou por meio de divisão de ramos com raiz. Dizem os especialistas que a nertera é uma planta para “experts”, por causa dos cuidados especiais que ela precisa. O substrato desse gracioso vegetal exige arejamento e boa drenagem ao mesmo tempo que precisa de umidade. Utilize terra vegetal acrescida de composto orgânico e/ou húmus de minhoca, vermiculita ou casca de arroz para dar arejamento, turfa e/ou fibra de coco. De outubro a abril nutra-a uma vez por mês com uma solução de adubo líquido próprio para esse tipo de plantinha (leia atentamente as instruções no rótulo). Regue para manter sempre a umidade, sem água em excesso. Pode-se colocar um prato com pedrinhas e um pouco de água sob o vaso. Mas, tenha cuidado! Água no pratinho pode ocasionar podridão nas raízes. Fique atento. Reenvase-a numa mistura com turfa quando o vaso estiver muito cheio.
Begônias (de vários tipos) – Begonia bowerae, begônia masoniana, begônia rex, etc.
Existem mais de 1400 espécies de begônias. Dentre elas, as que dão flores, como a begônia rex. Essas plantas tropicais adoram umidade no ar, não gostam de vento e de friagem. Devem ficar à meia-sombra, mas tomando o solzinho da manhã 2h por dia. Já o sol forte, nem pensar! Queima as folhas! Outra coisa com a qual as begônias não se dão bem: maresia. As begônias precisam de água de 2 a 3X por semana. Regue, sem encharcar. Sinal de falta de água: folhas ficam secas, mais crocantes do que já são naturalmente. Excesso de água nas begônias se detecta quando o cabinho das folhas fica marrom e podre. Substrato: composto orgânico, húmus de minhoca, matéria orgânica com o arejamento da vermiculita. Terra vegetal faz a base de tudo. Você também pode utilizar um pouco de substrato comercial próprio para mudas e um pouco de substrato para samambaias. A turfa entra nesse time. Propagação: a partir das próprias folhas ou de estacas (quando a folha tem a haste longa) e por divisão de rizomas.
Cissus ou cipó-uva ou uva-do-mato – (Cissus rhombifolia)
Uma planta de brilho próprio! Na sua juventude as folhas são verde-claro e na maturidade atingem um verde-escuro muito brilhante. É da mesma família das parreiras ou videiras e suas belas folhas recortadas, parecem com as da “prima” uva. Seu caulezinho é castanho-dourado e suas gavinhas (órgão que a caracteriza como trepadeira) cobertas de uma penugem muito delicada. Elegante e decorativa, se dá bem tanto em ambientes internos como externos, sendo que à meia-sombra vai ainda melhor, o que não quer dizer que ela não precise de claridade e de um solzinho ameno por umas 2h por dia, porém o sol forte queima suas folhas! Muito versátil, pode ser cultivada em vasos suspensos, pendurados, ou em vasos que fiquem sobre aparadores altos. Isso porque o cissus é uma trepadeira que tanto pode correr por grades e treliças, como pode virar uma planta pendente (com efeito cascata). É originária da América Latina e gosta de temperatura amena. Seu crescimento é rápido. O substrato deve ter boa quantidade de matéria orgânica (composto, húmus, etc.) e boa drenagem. Para isso utilize fibra de coco, vermiculita e tudo o que permita a aeração. O bokashi também é uma forma de fertilização bastante interessante. As indicações de quantidade vêm no rótulo. O cissus gosta de regas regulares (2 a 3X por semana) mas, como toda planta, não suporta o encharcamento. Quando há estiagem, o cissus costuma perder suas folhas. Uma planta que não precisa de podas. Multiplica-se por estacas de galhos.
FIQUE DE OLHO
- Todas as plantas em vasos gostam e precisam ser adubadas a cada 4 meses, no mínimo. Coloque a “nutrição” própria, afofando, com uma pazinha de jardinagem, os primeiros 5 cm da terra e misture os adubos.
- Fundamental: todo vaso precisa ter furos de drenagem na sua base que devem ser cobertos com pedriscos para não entupirem.
Por: Cynthia de Oliveira Frank