18 de julho de 2016

Quando chega o inverno nos lembramos da poda

segunda, 18 de julho de 2016

A poda é a supressão de partes da planta (galhos, folhas, flores, frutos, raízes) com uma finalidade definida . A época indicada para realização da poda é durante o descanso vegetativo das plantas e isso costuma ocorrer no inverno, de modo geral.

Além disso devemos observar a fase da lua mais adequada, que é a minguante.

(…) Para uma poda bem sucedida devemos ter boas ferramentas e conhecer bem a planta a ser podada.

O corte deve ser limpo e sem rebarbas para facilitar a cicatrização.

As tesouras e serrotes devem estar bem afiados e limpos e devem ser adequados ao trabalho.

Sempre que precisar podar uma planta doente lembre-se de eliminar o material retirado e queimá-lo, limpar bem a tesoura antes de podar outra planta.

Após a operação da poda devemos afofar e adubar os canteiros ou covas das plantas.

A adubação deve ser preferencialmente orgânica e deve ser feita nos 2/3 externos da projeção da copa.

PODA DAS FRUTÍFERAS

As frutíferas podem ser árvores (caqui, maçã, pera, pêssego, figo), arbustos (mirtilo, framboesa), trepadeiras (videira, kiwi, maracujá), herbáceas (bananeira, abacaxi) e mesmo forrações (morango).

As principais podas realizadas nas frutíferas são:

– Poda de Formação: inicia-se no viveiro e continua por um ou dois anos após o plantio. Esta poda definirá o formato da copa da planta.

– Poda de Frutificação: realizada anualmente, normalmente no inverno, visa manter o equilíbrio da produção. A intensidade dessa poda varia de espécie para espécie e das condições de cada planta (vigor, idade, sistema de condução). O que se verifica é que normalmente as frutíferas da folha caduca (pessegueiro, videira, macieira, …) dependem mais da poda de frutificação para que tenham uma produção adequada.

– Poda de Limpeza: é a poda realizada para retirar os ramos doentes, danificados, voltados para o interior da copa e principalmente os ramos ladrões (brotações do porta-enxerto ou os muito vigorosos e verticais da copa),  sendo realizada durante todo o ano, sempre que necessário. Em algumas espécies, como os citros, manga, abacate é a principal poda realizada, pois não há necessidade da poda da frutificação propriamente dita. Nesse caso eliminam-se os ramos internos mais sombreados e encurtam-se alguns outros, favorecendo o arejamento e iluminação do interior da copa, promovendo uma melhor brotação das gemas floríferas e uma melhor qualidade dos frutos.

– Poda de Rejuvenescimento: utilizada para renovar completamente a copa de plantas velhas ou que tenham sofrido ataque intenso de pragas ou doenças, e também para alterar a forma de condução da copa.

O sistema de condução, ou seja, a forma que daremos às nossas plantas frutíferas, será basicamente livre ou apoiada.

Os exemplos da forma apoiada são latada e espaldeira. Na latada temos o crescimento de um ramo vertical que depois se “espalha” sobre fios de arame horizontais, formando um teto com a vegetação.

Na espaldeira as plantas são conduzidas ao longo de uma “cerca”, o que facilita os tratos culturais, inclusive a poda.

As formas de condução apoiadas são utilizadas em videira, maracujá, kiwi e também em macieiras, pereiras, ameixeiras e pessegueiros.

Quanto ao sistema de condução em forma livre encontramos as seguintes conformações de copa: taça, vaso, líder central e guia modificado.

A intensidade da poda varia de espécie para espécie e das condições da própria planta, assim sendo precisamos conhecer muito bem os hábitos das plantas a serem podadas, e sempre que houver dúvidas recomenda-se não podar ou fazer uma poda exclusivamente de limpeza.

Existem plantas que frutificam em ramos que se formaram durante o ano (videira, figueira, caquizeiro), outras que frutificam em ramos com um ano (pessegueiro, nectarineira), dois anos (ameixeira), três anos (macieira e pereira), quatro anos (algumas macieiras e pereiras)ou mesmo cinco anos (cerejeiras), por isso, para cada uma teremos intensidade de poda diferente. Como regra geral podemos dizer quanto mais jovem for o ramo que frutificará mais intensa será a poda, com exceção do caquizeiro, que devido ao seu lento crescimento deve receber podas leves.

As frutíferas apresentam dois tipos de ramos onde pode ocorrer a frutificação, os mistos (crescem e frutificam) e os especializados (só frutificam). Algumas espécies apresentam os dois tipos e outras apenas os ramos mistos.

– Os Ramos Especializados são os esporões, os dardos e os brindilos. Todos estes ramos praticamente só florescem, e consequentemente frutificam. Quase não apresentam folhas, por isso mesmo devem sempre estar acompanhados de ramos vegetativos que lhes garantirão o alimento para que frutifiquem adequadamente.

– Os Ramos Mistos são aqueles que produzem gemas floríferas e gemas vegetativas. Eles são os responsáveis pelo bom crescimento da planta bem como pela quantidade adequada de folhas.

Este é o ramo mais importante na hora da poda, pois uma poda mal feita nesses ramos pode induzir um excesso de vegetação prejudicando a frutificação ou então promover uma frutificação muito grande diminuindo a qualidade da produção e o crescimento da planta.

Raleio de Frutos

Para garantir uma boa produção sem alternância devemos realizar o raleio dos frutos, que também é uma poda, e vale praticamente para todas as frutíferas. Este raleio deve ser realizado de cima para baixo, deixando-se os frutos mais bem formados e mais sadios, eliminando-se preferencialmente os frutos do interior da copa. Para os pessegueiros deve-se deixar os frutos voltados para baixo e mais próximos de ramos maiores. Para o raleiro, de qualquer espécie, os frutos devem ter cerca de 1 a 2 cm de diâmetro. A quantidade de frutos que permanecem é variável, sendo regra geral não deixar nenhum fruto em plantas com menos de dois anos. Recomenda-se o raleio para todas as plantas muitos jovens, pois a manutenção de muitos frutos pode ocasionar a quebra de galhos, baixo rendimento médio ao longo dos anos, diminuição do vigor da planta, e até a morte prematura da planta. Com o raleio correto garante-se uma boa produção, com qualidade e principalmente durante muito tempo.

PODAS DAS PLANTAS ORNAMENTAIS EM GERAL

As plantas ornamentais de modo geral obedecem aos mesmos princípios descritos para a poda das frutíferas. A diferença é que aqui a poda visa à produção de flores e não frutos.

As podas de formação, limpeza e de rejuvenescimento seguem as indicações previstas para as plantas frutíferas.

A poda de frutificação é substituída pela Poda de Floração. Segue os mesmos princípios, mas a finalidade é a produção de flores e não de frutos.

Uma vez que não queremos frutos, devemos retirar todas as flores murchas ao longo do período de floração.

Sempre que retiramos as flores, induzimos a formação de novos ramos com flores.

Dicas:

  • Se quisermos maior quantidade de flores devemos deixar mais brotações. Isso faz com que as flores fiquem menores.
  • Se quisermos flores maiores devemos deixar poucas brotações.

PODA DE ÁRVORES

A poda de árvores deve ser evitada sempre que possível. No entanto, nos meios urbanos, para a formação de árvores de bom aspecto sadias e seguras, é indispensável a sua prática com técnica e no tempo adequado. As árvores devem ser podados ainda jovens, pois é quando apresentam melhores condições de reagir e se recuperar. Nesta fase, é também mais fácil conduzir a formação da futura árvore. Quando adultas, devem ser podadas se apresentarem situações de risco e também para corrigir problemas surgidos em função da não realização de podas na fase jovem, ou quando estas foram mal conduzidas.

A poda de galhos é mais comum e, conforme seu objetivo, pode ser chamada de poda de formação, poda de manutenção e poda de segurança.

poda de formação é realizada durante a formação da muda e nos primeiros anos após o plantio. Tem por objetivo bem formar a futura copa e adequá-la ao espaço onde irá crescer, respeitando a forma da espécie.

poda de manutenção é realizada quando a árvore está em pleno vigor e objetiva retirar galhos secos, galhos velhos que perderam sua função na árvore, eventuais galhos mal formados pela deficiência da poda de formação, e galhos que possam estar parcialmente comprometidos por ataque de doenças e pragas.

poda de segurança é feita para retirada de galhos quebrados, danificados e galhos que possam vir a quebrar, além de galhos em conflito com a fiação elétrica, muito comum em cidades.

Fonte: Revista – O Regador. Ano 6 – Nº 22. Ano 2015. Pgs 24-30.