História e estilos de jardim
Podemos dizer que os jardins como reunião de plantas tiveram seu início no momento em que o homem deixou de ser nômade e fixou residência em local previamente escolhido.
Aos homens cabiam as funções de caça e pesca e às mulheres os trabalhos domésticos e o plantio de vegetais.
Ao longo do tempo cada povo desenvolveu uma maneira de plantar, controlar ou orientar suas plantas, fazendo com que, dessa maneira, surgissem os jardins com suas formas e estilos diferentes.
Até onde se sabe os primeiros jardins com sentido artístico foram concebidos no Egito e na China, por volta de 2.000 a.C., apresentando cada um sua concepção particular de acordo com os costumes e condições ambientais próprias.
O jardim Egípcio caracteriza-se por ser formal, retilíneo e arquitetônico, seguindo uma linha geométrica e empregando poucas plantas.
Devido às condições de aridez os jardins eram projetados de dentro para fora, do elemento água para a planta. O ponto principal, o depósito de água, localizado no centro do jardim, era um eixo que orientava todo o desenho do projeto. Este depósito, espelho d’água ou piscina, apresentava distribuições laterais que facilitavam a irrigação dos canteiros e refrescavam o ambiente. Os canteiros eram então dispostos simetricamente e as plantas eram distribuídas em um equilíbrio visual perfeito.
Os jardins egípcios inspiram os jardins romano, persa, árabe, italiano, holandês, francês e todos os demais jardins antigos ou modernos cujas características seguem a linha geométrica.
O Jardim Chinês se caracteriza por ser informal, sinuoso e naturalista. Segue a linha romântica e emprega muita variedade de plantas. A rica vegetação existente na China somente teve que ser ordenada e orientada colocando em destaque as plantas mais bonitas. As edificações eram colocadas em áreas menos importantes para evitar a interferência no visual do jardim. Os jardins chineses inspiram os jardins japonês, inglês e todos os que seguem a linha naturalista.
Os Jardins Modernos ou Contemporâneos estão mais ligados ao estilo romântico, destacando-se o jardim inglês moderno, o jardim Burle Marx, o jardim popular de Thomas Church, o jardim de “Cottage”, o jardim naturalista, o jardim francês moderno, o jardim chinês moderno, o jardim japonês moderno, o jardim reduzido de Gertrude Jekyll e Edwin Lutyens e o jardim do futuro.
O Jardim Brasileiro como arte teve início no século XVIII, em Olinda e Recife, por ordem do príncipe Maurício de Nassau, seguindo-se os jardins das grandes fazendas ainda no nordeste.
Com a vida de D. João VI e sua corte instalada no Rio de Janeiro, o Brasil passou de Colônia para Capital do Império e teve grandes mudanças culturais com o desenvolvimento das artes incluindo a jardinagem.
Dessa época temos o Jardim Botânico do Rio de Janeiro que tinha uma finalidade mais de levantamento de espécie do Novo Mundo do que a criação de belos jardins.
Em meados do século XOX, no reinado de D. Pedro II foram criados parques como o Campo de Santana e a Quinta da Boa vista, projetados por Augusto Maria François Glaziou. Em 1840 o inglês John Tyndale projetou o Parque Lage. Todos estes no Rio de Janeiro.
No século passado temos a influência do paisagista Burle Marx que com seu conhecimento das artes da paisagem e do paisagismo projetou vários jardins que são conhecidos mundialmente por sua beleza, plástica e harmonia. Na região sul do Brasil os jardins tiveram grande influência da imigração europeia, tendo seguido a linha geométrica ou a romântica.
Fonte: Revista O Regador. Ano 7. Nº 27. Ano: 2016. Pgs 17 – 20.