Tecnologia faz dessa edição dos Jogos Olímpicos uma das mais sustentáveis da história
Por: Equipe Caminhos para o Futuro
Enquanto a contagem regressiva para a cerimônia de abertura dos primeiros Jogos Olímpicos na América do Sul está bem perto de chegar a zero, os números das tecnologias que estão ajudando o Rio de Janeiro a entregar um evento inesquecível e sustentável não param de aumentar. “O conceito dos Jogos Olímpicos está mais ligado às práticas sustentáveis do que pensamos. Além das competições em si, o Movimento Olímpico está permanentemente trabalhando com diversos países, pregando valores como a busca da prosperidade para todos, a importância do investimento em práticas sociais e em inovação, o trabalho em equipe e a harmonia entre as nações. São conceitos cruciais para que seja possível desenvolver um modelo global e viável de crescimento econômico aliado ao ambiental e social, ao qual chamamos de Sustentabilidade”, diz Serge Giacomo, Diretor de Comunicação e Relações Institucionais da GE América Latina.
Arquitetura nômade
Estamos acostumados a ideia de que um prédio, uma vez construído, não sai mais do lugar, certo? Com o fim dos Jogos Olímpicos, esse paradigma vai ser quebrado na cidade do Rio de Janeiro. Duas construções do projeto olímpico foram erguidas já pensadas para serem completamente desmontadas e transferidas, com o objetivo de evitar grandes estruturas que sejam pouco utilizadas pela população após o evento.
A primeira dessas instalações é a própria sede do Comitê Organizador, onde trabalham os milhares de funcionários da Rio 2016, no centro da capital carioca. Os mais de 20 mil metros quadrados entregues em 2013 foram construídos em apenas cinco meses com tecnologia modular. De maneira simples, o que os engenheiros fizeram foi encaixar containers uns nos outros, como se fossem um brinquedo de montar. Quando a equipe for desfeita, todos esses blocos podem ser separados e reaproveitados em outros prédios, deixando pouquíssimo entulho para trás.
No Parque Olímpico, o exemplo dessa nova arquitetura é a Arena do Futuro, casa do handebol e do golbol nos Jogos Olímpicos e Paralímpicos. Também já pensada como uma construção temporária, tem uma quadra que foi envolta por uma estrutura metálica modular. As duas partes são independentes, por isso podem ser separadas. Com o fim dos torneios, essa estrutura metálica vai virar material para a construção de quatro escolas municipais, cada uma com capacidade para 500 alunos, na Barra e em Jacarepaguá.
O Complexo de Mídia e o Centro Internacional de Transmissão contam com tecnologia de isolamento térmico nos painéis da fachada do edifício. Esse sistema inovador, elaborado pela Dow, Companhia Química Oficial dos Jogos e Parceira Oficial de Carbono da Rio 2016, permitiu a conclusão da fachada em 30 dias, enquanto as tecnologias convencionais costumam levar até seis meses de instalação. “Os Jogos Olímpicos Rio 2016 irão demonstrar como a ciência e a tecnologia podem gerar benefícios para o mundo dos esportes. O aprendizado que tivemos com a experiência em outras Olimpiadas, combinado com a grande evolução que fizemos em outras plataformas globais de esporte, posicionam a Dow como indústria líder no fornecimento de soluções sob medida para as necessidades mais exigentes de organizadores de megaeventos esportivos”, afirma Louis Vega, Vice-Presidente Global para Soluções em Esportes e Olimpíadas da Dow.
Iluminação inteligente
Essa preocupação com a reutilização dos materiais também pautou o projeto de iluminação para os Jogos. A GE, em parceria com o Comitê Olímpico, precisou criar soluções que atendessem dois pontos principais: eficiência e sustentabilidade. Lembrando que a iluminação depende da energia elétrica, o primeiro passo foi estabelecer um plano de segurança para fazer com que os Jogos sejam à prova de apagão. A segunda, a escolha do LED, tecnologia que permite uma economia de cerca de 50% no consumo, diminuição dos custos de manutenção, possui vida útil maior que a de lâmpadas convencionais e também pode ser retirada intacta e transportada para futuras construções. “Há cinco anos, a GE desenvolve projetos para contribuir com o sucesso dos jogos Rio 2016. Nesse período, nosso time também identificou como a cidade poderia ser mais funcional, amigável e com espaços de lazer mais bem aproveitados”, explica Rafael Santana, presidente e CEO da GE para América Latina.
Tecnologias dentro do campo
A competição de hóquei dos Jogos Olímpicos Rio 2016 será realizada em um inovador gramado sintético de alta performance desenvolvido pela Dow. O sistema de superfície é projetado para oferecer maior durabilidade, aumentando a vida útil do campo e garantindo uniformidade durante o intenso cronograma de competições dos Jogos.
A produção de grama sintética é um processo complexo. O sistema começa com a produção da base principal (masterbatch) e dos fios para a grama. Os passos seguintes, de inserção de tufos e desenvolvimento do suporte, proporcionam uma liga mais resistente, mesmo quando a grama está molhada. Para a camada da superfície, o fio polimérico proporciona resistência ao desgaste e absorção de energia, combinado suavidade e velocidade. Além disso, os plásticos da empresa também são utilizados nos tubos de drenagem e sistema de irrigação que fica abaixo da grama natural do estádio do Maracanã, local da cerimônia de abertura e de encerramento, além de jogos de futebol.
Pelos caminhos até os Jogos
Alguns dos principais pontos de acessos à cidade-sede também contarão com a ciência focada na sustentabilidade. Um deles é o Aeroporto Internacional de Viracopos, em São Paulo, um dos principais centros de carga para os Jogos. Soluções de pavimentação e painéis termoisolantes de poliuretano foram implementados na reforma do aeroporto feita para receber tanto a Copa do Mundo de 2014, quanto os Jogos Rio 2016. Continuando o caminho até os Jogos Olímpicos, a mais importante rodovia que conecta Rio de Janeiro a São Paulo, a Presidente Dutra, terá tecnologia de revestimento que garante marcações viárias seguras e duráveis ao pavimento.
Colaboração para um futuro mais sustentável
O Comitê Organizador Rio 2016™ lidera um amplo programa de sustentabilidade chamado “Abraça”, que recentemente recebeu o ISO 20121 international standard – um reconhecido certificado global de sustentabilidade para organização de grandes eventos. Como Parceiro Oficial de Mitigação de Carbono da Rio 2016, e contribuidor-chave do “Abraça,” a Dow trabalha além das fronteiras do Rio de Janeiro para tratar de um pilar altamente estratégico do compromisso ambiental da organização: a mitigação da pegada de carbono dos Jogos.
Para mitigar 500,000 toneladas de CO2 equivalente (CO2eq) relativos à organização e entrega dos 30 dias de emissões verificadas dos Jogos e gerar benefícios climáticos adicionais de 1,5 milhão de toneladas de CO2eq referentes a emissões indiretas, a Dow implementou projetos estratégicos nas áreas de agricultura, infraestrutura e indústria na América Latina: agricultura de precisão e recuperação de pastagens degradadas no Mato Grosso, adoção de painéis termoisolantes de poliuretano na construção civil, tecnologias versáteis de embalagens para alimentação, cosméticos, higiene e produtos de limpeza e geração de energia por biomassa para indústria.
“Os projetos de mitigação de carbono impulsionam a inovação, superam barreiras e catalisam mudanças nas práticas de mercado em longo prazo. Nosso trabalho com a Rio 2016 não é somente para a redução de impacto ambiental associado à organização dos Jogos Olímpicos, mas também promover a educação quanto à importância de práticas sustentáveis e entregar benefícios climáticos para a América Latina para os anos que estão por vir”, afirma Júlio Natalense, Gerente de Tecnologias e Sustentabilidade para Jogos Olímpicos e Soluções de Esporte Dow no Rio de Janeiro.
Disponível em: Época – Negócios