Espiral de Ervas
Por: Raquel Patro
No sentido das últimas tendências mundiais do jardinismo, de sustentabilidade e espaços mais funcionais sugerimos um elemento que está se tornando cada vez mais presente nos jardins contemporâneos, a Espiral de Ervas.
O formato espiralado é um padrão freqüente na natureza, encontrado desde as pequenas conchas e até mesmo nas constelações. As espirais respeitam as curvas naturais, são muito decorativas e inserem-se harmoniosamente nos jardins, integrando as pessoas com o meio-ambiente.
As espirais de ervas podem se adequar perfeitamente às nossas necessidades. Elas podem ser exclusivamente de plantas medicinais, assim como de plantas aromáticas e condimentares. As espirais também podem ser de flores e forrações ou uma mistura de suas plantas preferidas, sejam elas medicinais, aromáticas, comestíveis ou flores delicadas e coloridas.
Elas propiciam a criação de diversos microclimas em um pequeno espaço, para o cultivo de plantas com necessidades diversas. No alto da espiral geralmente temos um ambiente mais seco e ensolarado, próprio para alecrim, lavanda, babosa, entre outras plantas adaptadas a essas condições. No percurso curvo até a base, podemos ter cantinhos sombreados e mais úmidos, para plantas mais exigentes como tomate, moranguinho, malva, cebolinha, salsa, etc. Na base, que pode terminar ao nível do solo ou até mesmo em um laguinho, podemos plantar espécies apreciadoras de umidade, como manjericão, tomilho.
As espirais podem ser de qualquer tamanho e são perfeitas para espaços pequenos. O mais importante é que todas as ervas, desde o topo até a base, estejam ao alcance das mãos. Em geral elas têm de 1 a 1,6 metros de diâmetro e entre 0,6 a 1,3 metros de altura. O local de implantação deve ter solo nivelado e de acesso rápido e fácil, preferencialmente perto da porta da cozinha.
O material indispensável à contrução das espirais é barato e fácil de encontrar. Sua estrutura pode ser feita com pedras, tijolos, bambú ou pequenas toras de madeira. Para o “recheio”, misturemos terra de jardim, areia, humus de minhoca, e um pouco de adubo orgânico, como esterco de curral curtido, farinha de ossos, torta de mamona, etc.
Em primeiro lugar disponha uma camada de papelão no local onde será a construção. O papelão vai ajudar a manter a umidade no local. Comece desenhando a espiral com um barbante ou com um pó de cor diferente do papelão, como giz, areia, borra de café ou calcário. Após os espaços serem delimitados, inicie a construção da estrutura enfileirando as pedras ou tijolos e vá acrescentando mais material em direção ao centro e para cima.
Não se preocupe se ficarem vãos na estrutura, eles servirão de abrigo para pequenos predadores e polinizadores. Encha a espiral com o solo que você preparou e plante as mudas, compactando um pouco com as mãos para que elas fiquem bem firmes.
Uma boa cobertura morta, como folhas, palha ou serragem, vai ajudar a manter a umidade e proteger sua espiral da erosão no início.
Agora é só regar regularmente a sua espiral de ervas. Em poucas semanas será possível desfrutar de ervas fresquinhas, colhidas na hora, para o chá da tarde ou para temperar o almoço de domingo. Uma solução sustentável e bonita para o cultivo de ervas no jardim.
Texto e imagens disponíveis em Jardineiro.Net