Jardim precisa de cuidado dobrado
Por Leila Gapy
Baixas temperaturas e rajadas de vento são características do inverno e são nocivas às plantas, que necessitam de cuidados neste período para que floresçam com força e beleza na próxima estação, a primavera. A arquiteta Patrícia Rodrigues, que há 10 anos trabalha exclusivamente com paisagismo, explica que no inverno, as plantas entram num estado de dormência, para que na primavera, floresçam com vigor. “Neste período é inevitável a queda de folhas da maior parte das plantas. Muitas realmente ficam feias”.
Mas é preciso cuidar para que a beleza floresça em setembro, afirma. Para isso ela conta que cuidados como a rega devem ser mantidos, já a poda depende de cada planta, pois cada uma tem o período específico. “Já a adubação deve ser evitada no inverno, mas pode ser iniciada no final de agosto, preparando a planta para o florescimento no final de setembro, quando chega a primavera”, explica.
Para os que querem um jardim vivo e florido no inverno, Patrícia aconselha o uso planejado de algumas espécies, como a murta e a tumbérgia, muito usadas em cercas vivas.
“Isso, além da azaleias, tulipas e até ipês, que florescem nesta estação e embelezam o jardim”, aconselha. E para os que pensam que o gramado não precisa de cuidados, a arquiteta garante que é preciso mantê-lo como de costume. “Muitas pessoas, por ignorância, colocam terra sobre a grama. Esse costume é originário dos países do norte, onde há neve, sendo a terra uma proteção ao gramado. Aqui, como não cai neve, não necessita deste cuidado”, ressalta.
Dicas para manter o verde e as flores
Para os que desejam um jardim florido mesmo no inverno, a arquiteta Patrícia Rodrigues explica que algumas plantas são típicas, como: gerânio, azaleia, amor perfeito, congeia, kalanchoe, jasmim amarelo, cravo e orquídea cymbídio. Além disso, entre as árvores estão os ipês rosa e amarelo, jasmim manga, paineira, cerejeira e manacá da serra. Mas para que estas plantas floresçam com vigor no inverno são necessários alguns cuidados como:
– Remover a terra junto às plantas e acrescentar uma camada de terra enriquecida com material orgânico;
– Na floração, adubar as plantas a cada quinze dias com adubo químico dissolvido na água usada para as regas;
– Regar as plantas em floração pelo menos duas vezes por semana e para manter um nível ideal de umidade, pulverizar as folhas com água em dias alternados.
Em contrapartida, as plantas que estiverem no período de dormência necessitam de descanso. Dessa forma é ideal diminuir as regas, não adubá-las e evitar revolver a terra para não forçar o crescimento. Isso porque estas espécies diminuem a velocidade de crescimento para acumular energias e florescer na primavera. Segundo Rafael Goelzer, diretor da Fazenda Quinta da Estância (RS), plantas que ficam dentro de casa quase sempre entram em dormência. Já que as que ficam fora, diz, quase sempre precisam de mais água neste período. “O ideal é cobrir as flores com folhas e galhos, isolando-as termicamente, bem como regar as plantas apenas quando a terra já estiver seca”. Desta forma, anote:
Crisântemos – a temperatura deve estar sempre entre 17 e 28ºC. O local precisa estar arejado e não é recomendável molhar suas flores e folhas, apenas a terra;
Tulipas – adoram o inverno. Locais com pouca umidade costumam queimá-las;
Azaleia – costumam florir no inverno. Pode ser usada em canteiros ou como planta de vaso.
Cerejeira – do fim do inverno ao começo da primavera, as flores desabrocham, principalmente em regiões de clima frio;
Hortênsia – a espécie se adapta bem aos vasos, mas precisa de solo úmido e rico em matéria orgânica.
Disponível em Jornal Cruzeiro