23 de abril de 2018

Dálias das vovós, das nonas, das omas, das babcie, das babuci, das bachans, das…

segunda, 23 de abril de 2018

Por: Eliane Nadalin Siebenrok

As dálias dos tempos das vovós estão de volta aos projetos de paisagismo (…).

A dália é muito popular no México. Os índios daquela região, ainda no Império Asteca, foram os primeiros a cultivar, pois se alimentavam de suas raízes tuberosas. Por volta do final do século XVII, o diretor do Jardim Botânico de Madri encantou-se com a flor, durante uma visita ao México. Foi o suficiente para que a dália atravessasse o oceano e chegasse à Europa, onde se adaptou muito bem ao clima temperado.

Foi o botânico sueco A. Dahl, responsável pela expansão das dálias pela região nórdica da Europa, que inspirou o nome da flor. Os holandeses e os franceses foram os maiores incentivadores do cultivo e da produção de inúmeras espécies híbridas. Tanto que foi principalmente a imigração holandesa que contribuiu para a propagação desta flor aqui no Brasil, onde se desenvolvem em regiões subtropicais ou tropicais de altitude em solo arenoso e bem drenado.

A dália pertence à família Asteraceae, é perene, de porte médio, possui raízes tuberosas e em jardinagem fazem parte das plantas bulbosas. Os bulbos, assim como os cormos e rizomas, estão abaixo da terra e servem para acumular as reservas nutritivas que as filhas fabricam sendo a partir deles que a planta brota e origina uma nova muda todo ano.

Existem 32 espécies diferentes de dálias e uma grande variedade de híbridas que oferecem uma deslumbrante exibição de cores e formas.

As cores variam de rosa vibrante e carmim, púrpura, lilás, branca, amarela, laranja, multicolorida, rosa e cremes; quanto ao tamanho exibem desde minúsculos pompons até flores de 30 cm de diâmetro, e ocorrem ao longo do verão e outono até antes do frio, especialmente no hemisfério sul.

Uma única planta pode produzir até 100 flores.

A variedade de híbridos de borda atualmente disponíveis oferece uma gama enorme de cores e formas para uso em jardinagem e decoração. São divididas em grupo, de acordo com o tamanho e o tipo de suas cabeças de flores.

Cultivo e Propagação

A dália foi submetida a melhoramentos e muitos cruzamentos, gerando variedades com portes diferentes, e com capítulos florais de cores e formas muito variadas, simples ou dobrados.

Podem atingir de 0,30m a 1,50m de altura sendo que as mais altas necessitam de tutor.

Produz raízes tuberosas com grandes reservas de nutrientes, que podem ser guardadas no inverno ou permanecer no solo dependendo do clima da região.

Devem ser replantas na primavera ou em épocas livres de frio e geadas para florirem no verão e outono.

Podem compor belos maciços e bordaduras no jardim. Devem ser cultivadas a pleno sol, tolera frio, porém não ventos.

Algumas dicas sobre cultivo segundo Cassia Dias, geógrafa e mestra em análise e gestão ambiental: “Após a floração, algumas em mantenho na terra, outras eu recolho para replantas depois que passar o período chuvoso e frio; principalmente os cultivares que trouxe de fora do país, pois são menos resistentes… as plantas secam, mas não toda, quando os galhos da parte aérea começam a secar, elas também lançam brotos nos próprios galhos, dependendo da variedade ele se fixa ao chão e cresce novamente, mas é muito frágil, o melhor é retirar esses brotos e fazem um novo plantio”.

Preparação do Terreno e Plantio

Os tubérculos em bom estado são os que ao serem pressionados com os dedos estão rijos.

Plantar em solo bem drenado. Solos argilosos, pesados, oferecem maior risco para o plantio de bulbosas.

1. Cave um buraco de largura e comprimento adequado ao número de tubérculo e na profundidade de mais ou menos 40 cm.

Siga o esquema acima forrando primeiramente com uma camada de pedra brita de 10 cm. Por cima adicione uma camada de 15 cm da mistura de uma parte de terra peneirada, uma de adubo orgânico e uma parte de areia peneirada.

O adubo orgânico não é imprescindível no momento do plantio, pois os bulbos são órgãos de reserva e a planta cresce a partir destes nutrientes acumulados, porém sempre ajuda a ter uma boa floração e acumular nutrientes para o próximo ano. A matéria orgânica tem múltiplos benefícios para a terra: deixa fofa, aerada, aporta nutrientes (NPK entre outros) e favorece a vida microbiana do solo.

2. Coloque a raiz tuberosa levemente inclinada e com a parte que irá brotar para cima, dando um espaçamento entre os tubérculos de 30 a 90cm, adequado ao  tamanho da planta adulta. Complete com 15 a 20cm da mistura descrita acima.

3. Por último cubra com uma leve camada de folhas secas ou palha para proteger as geadas e frio e em seguida regue abundantemente.

O ideal para iniciar a plantação de dálias é a partir de raízes tuberosas de boa qualidade, lembrando que a grande maioria delas é perene e os tubérculos após a floração podem permanecer no solo.

A flor também pode ser plantada em vasos, seguindo o mesmo esquema que no solo e de acordo com o tamanho da planta.

Em regiões onde o vento é forte é recomendado instalar pequenas proteções, pois a estrutura da planta é sensível e dependendo do tamanho dela é necessário colocar tutor, especialmente para as de grande porte e com flores muito grandes.

As dálias necessitam de muito sol, então faça um bom planejamento de onde plantá-las e a melhor época, quando as temperaturas não são tão altas e nem tão baixas, o que ocorre na primavera e no outono.

A propagação pode ser feita também por estarquia das pontas dos ramos ou da divisão das raízes tuberosas. Ao dividir os tubérculos, observe se este apresenta brotos viáveis.

Fotos: Cassia Dias, Eliane N. Siebenrok e Jussara M. S. Teixeira

Fonte: Revista O Regador. Ano 9. Ed. 33. CEJARTE. Pg. 06-13